PATROCINADOR MASTER

COMPARTILHAR!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

ESCÂNDALO, EX DIRETOR DO IDEMA, ACUSADO DE FAZER DESVIOS DE MILHÕES DO INSTITUTO ACUSA DEPUTADO

O ex-diretor administrativo do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema)
Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra relatou como
ocorria a divisão dos recursos desviados no órgão. Réu
no processo investigado na Operação Candeeiro, Gutson
afirmou que ficava com 20% do dinheiro desviado,
enquanto os operadores do esquema ficavam com 20% e
políticos ficavam com os 60%.
Durante o depoimento, Gutson só citou o deputado
estadual Ricardo Motta como beneficiário do esquema.
Segundo o réu, ele permaneceu no cargo após convite
do parlamentar, que era o único dos envolvidos com
foro privilegiado que recebia os recursos. O réu chegou
a afirmar que Ricardo Motta o procurou porque precisava
de "R$ 8 milhões ou R$ 10 milhões" para pagar dívidas
feitas durante eleições passadas. O juiz que conduz o
depoimento, no entanto, explicou que o nome do
parlamentar não deveria ser citado novamente porque
ele, por ter foro privilegiado, não poderia ser julgado na
1ª instância.
Segundo Gutson, a parte operacional era realizada por
Clebson Bezerril, ex-chefe da unidade instrumental de
Finanças e Contabilidade do Idema. Gutson afirmou que
Clebson, que também é réu, repassava 80% do valor
recolhido através das fraudes para Gutson, que ficava
com 20% e repassava os outros 60% para os demais
envolvidos no esquema - segundo ele, políticos.
"Clebson quem fazia a parte operacional, fazendo com
que o dinheiro chegasse às empresas. O que me
interessava era repassar os 60% e receber os meus 20%.
Como eles (Clebson e os outros) dividiam os outros 20%
, eu não sei", disse Gutson, que afirmou ter recebido R$
4,5 milhões no esquema e que não foi procurado por
nenhum político desde que foi preso.
Delação
Mais uma vez, o advogado de Gutson Reinaldo, Fábio
Hollanda, declarou que a delação premiada do réu ainda
não foi acatada pelo Ministério Público e que Gutson
possui provas documentais sobre o envolvimento de
políticos no esquema. O MP, por sua vez, criticou a
postura da defesa.
"Não fomos procurados pela defesa do senhor Gutson
até a última segunda-feira (15). O que não entendemos é
por que constranger o MP por causa de uma delação, se
ele está preso há mais de cinco meses", disse o
promotor Paulo Lopes Batista, que atua no caso.