A Justiça da Espanha absolveu o ex-jogador Daniel Alves da acusação de estupro nesta sexta-feira (28).
Na sentença, a que o g1 teve acesso, o Tribunal Superior da Catalunha decidiu de forma unânime anular a condenação de Alves. O brasileiro havia sido sentenciado por um tribunal de primeira instância a 4 anos e 6 meses de prisão por ter estuprado uma jovem em uma discoteca em Barcelona, na Espanha.Nesta sexta, quatro juízes da seção de recursos do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha concluíram que o depoimento da jovem que acusava o ex-jogador é insuficiente para sustentar a condenação.Com isso, Alves fica automaticamente absolvido. A defesa da jovem informou que irá recorrer.
Assim, o ex-jogador, que foi preso em janeiro de 2023, ficou mais de um ano atrás das grades aguardando julgamento, foi condenado a 4 anos e 6 meses e pagou 1 milhão de euros por liberdade provisória, fica totalmente livre e sem qualquer acusação na Justiça espanhola.
O brasileiro já estava em liberdade provisória desde março do ano passado, quando a Justiça catalã aceitou um recurso da defesa do ex-jogador (leia mais abaixo). Os juízes, no entanto, analisavam outro recurso apresentado pela Promotoria de Barcelona que pedia aumento de pena para Alves.
Na sentença desta sexta-feira, os juízes afirmam entender que houve "imprecisões" e "déficits" na decisão anterior sobre o caso. Eles dizem não duvidar do teor em si da fala da vítima, mas julgaram que a primeira instância deixou "lacunas e imprecisões" ao não esgotar recursos para comprovar a versão da acusação.
Os juízes disseram também concordar com o argumento apresentando pelos advogados de Alves de que houve "falta de confiabilidade do depoimento" da vítima durante o julgamento do caso, em fevereiro do ano passado — a vítima apresentou o mesmo depoimento desde o início da denúncia, a de que foi estuprada por Alves.
Já o brasileiro, que chegou a dizer que nem sequer conhecia a jovem, mudou de versão três vezes ao longo do processo.Os juízes apontaram ainda que a decisão anterior, de um tribunal de primeira instância de Barcelona, contém "uma série de lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições quanto aos fatos" ao longo de sua fundamentação.
A decisão de hoje, diz a sentença, não significa que o tribunal esteja afirmando que a versão de Alves — de que não houve estupro e que ele teve uma relação sexual consentida com a vítima — seja a correta. Mas os juízes argumentam que, pelas inconsistências, também não podem aceitar a hipótese da acusação como provada.
G1
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