Morreu nesta segunda-feira (12) o economista Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Ex-ministro na ditadura militar, assumiu a Fazenda durante o governo Costa e Silva (1967-69) e Médici (1969-73) e é lembrado como um dos signatários do Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 1968, decreto que instaurou o período mais truculento do regime.
Ele estava internado desde a última segunda (5) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Deixa filha e neto. A assessoria informou que o velório será restrito à família.
Formado pela Universidade de São Paulo (USP), sua gestão na pasta econômica foi marcada por um período de desenvolvimento, que ficou conhecido como "milagre econômico". Entre 1968 e 1973, o país vivenciou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de, em média, 9%, queda da inflação e aumento do poder aquisitivo do empresariado. No governo de transição de Figueiredo (1979-84), assumiu o Ministério da Agricultura e ficou no cargo por um ano, somente em 1979.
No governo Geisel (1974-1979), foi o embaixador brasileiro na França (de 1975 a 1978). Ao assumir a Secretaria de Planejamento, em 1979, as condições da economia já não eram tão favoráveis. Os últimos anos da ditadura ficaram marcados pelo declínio da economia brasileira e pela explosão da dívida externa. Em 1983, Delfim foi ao Fundo Monetário Internacional (FMI) conseguir um empréstimo ao país.
Com uma crise atrás da outra na economia, os anos 1980 ficaram conhecidos como a "década perdida". A economia brasileira recuou 4,25% em 1981 e 2,93% em 1983, e a inflação anual passou de 200% em 1985. Dos bilhões conseguidos com o fundo, metade foi usado para pagar dívidas bancárias e comerciais no exterior.
Já em 1986, elegeu-se deputado federal pelo PDS. Depois, foi reeleito nos pleitos de 1990 e 1994 pelo PPR.
Sbt News
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