O ex-ministro da Justiça Anderson Torres ficou em silêncio no depoimento marcado pela Polícia Federal para a manhã desta quarta-feira 18.Ex-secretário de Segurança do DF, ele está preso desde sábado 14 numa unidade da Polícia Militar no Distrito Federal.
A data marcada para seu depoimento teve aval do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).Rodrigo Roca, advogado de Torres, porém, havia afirmado para a Folha que ele não falará antes de ter acesso aos autos do inquérito. Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Torres foi preso pela Polícia Federal ao retornar dos Estados Unidos.
Ele é o primeiro a ocupar o cargo de ministro da Justiça a ser preso desde a redemocratização e o primeiro integrante do governo Bolsonaro preso em consequência dos atos antidemocráticos.No dia 10, Moraes determinou a prisão de Torres após o episódio de ataques golpistas contra as sedes dos três Poderes, ocorridos no dia 8.
Torres havia reassumido o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 de janeiro e viajou de férias para os EUA cinco dias depois. Ele não estava no Brasil quando bolsonaristas atacaram e depredaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto. O então secretário foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha (MDB) no domingo dos ataques, horas antes de o emedebista ser afastado do Governo do Distrito Federal por ordem do STF.
Além de sua prisão, Moraes determinou buscas na residência do ex-ministro.
Na quinta-feira 12, a Folha revelou que, durante a operação, a Polícia Federal encontrou na residência de Torres uma minuta (proposta) de decreto para o então presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Lula saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.
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