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terça-feira, 30 de julho de 2019

JS - Jair Bolsonaro cancelou reunião com ministro francês alegando falta de tempo, mais foi ao cabeleireiro mudar o visual do cabelo. Confira

Por “falta de tempo”, o presidente Jair Bolsonaro cancelou a reunião que teria na tarde desta segunda-feira, 29, às 15h, com o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, mas conseguiu espaço na agenda para cortar o cabelo na sequência.
Segundo o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o encontro foi cancelado por “uma questão de agenda do presidente”. Antes das 16h, no entanto, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais na qual aparecia cortando o cabelo no Palácio do Planalto. Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência repetiu que a alteração ocorreu por “ajuste de agenda”.
Mais cedo, Bolsonaro falou da reunião que teria com o ministro francês dizendo que Le Drian “não vai querer falar grosso” sobre assuntos relacionados ao meio ambiente porque “vai ter que entender que mudou o governo do Brasil”.
“Eu vou receber o premiê francês, se não me engano, para tratar de assuntos como meio ambiente. E ele não vai querer falar grosso comigo, ele vai ter que entender que mudou o governo do Brasil. Aquela subserviência que tínhamos no passado de outros chefes de Estado para com o primeiro mundo não existe mais”, afirmou. “Se fosse outro governo qualquer, quando estava em Osaka (Japão), no G20, quando viesse para cá demarcaria mais 10, 15, 20 reservas indígenas. Está inviabilizando nosso negócio”, reclamou o presidente pela manhã.
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que demarcações de terras indígenas estão “inviabilizando o nosso negócio”. “O Brasil vive de commodities, daqui a pouco o homem do campo vai perder a paciência e vai cuidar da vida dele. Vai vender a terra, aplicar aqui ou lá fora, e cuidar da vida dele. A gente vai viver do quê? O que nós temos aqui além de commodities?”, questionou o presidente.
Bolsonaro também voltou a afirmar que pretende legalizar o garimpo no País, o que inclui a liberação da atividade em terras indígenas. Ele questionou o fato de que as terras indígenas demarcadas no Brasil ficam em áreas “riquíssimas” e disse que Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras querem “ter para si a soberania da Amazônia”.
“Esses territórios que estão nas mãos dos índios, mais de 90% nem sabem o que tem lá e mais cedo ou mais tarde vão se transformar em outros países. Está na cara que isso vai acontecer, a terra é riquíssima. Por que não legalizaram indígena em cima de terra pobre? Não existe. Há um interesse enorme de outros países de ganhar, de ter para si a soberania da Amazônia”, disse.

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