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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

MONSTRO: Mulher disse em um vídeo que circula nas redes sociais que foi abusada sexualmente e sofreu várias agressões de João de Deus de 9 aos 14 anos. Confira

“Ele é manipulador, ele é mal, ele é estranho, é diferente, a gente vê que ele é diferente. Eu já pedi muito a Deus que fizesse ele se arrepender das coisas que ele faz, e faz”, diz no vídeo. O Ministério Público de Goiás recebeu mais de 200 denúncias contra João de Deus em dois dias.
Filha de um rápido relacionamento, Dalva teria conhecido o pai apenas aos 9 anos. “Minha mãe disse para ele nos trazer, para estudar”, explica no vídeo. Ela relatou também uma rotina de abusos: “Ele tirou a minha roupa toda, tirou a dele e ficou a noite inteira me molestando. Em viagens, ele colocava o motorista para dirigir, viagens longas, como fizemos uma para a Bahia, e, no banco de trás, ele ficava me molestando.”
Nas imagens, Dalva diz que os abusos cessaram apenas quando ela se casou, aos 14 anos. Ao saber da notícia, o médium teria reagido com violência. “(Ele) me bateu muito com um coro de laçar boi, que tinha um cimento na ponta, e com uma vara de ferrão. Inclusive eu tenho a cicratiz”, conta. “Me bateu muito que eu fui parar no hospital.”
Dalva relata, ainda, que, quando se separou, aos 20 anos, teria voltado a sofrer assédio de João de Deus, momento em que ela chegou a sair do País. Por causa do trauma, ela teria se tornado dependente de drogas.
O vídeo traz, ainda, a entrevista de um dos filhos de Dalva, Paulo Henrique Ronda: “Bateram em mim e no meu irmão e, na hora, que um dos pistoleiros dele, que isso é pistoleiro dele, foi no meu irmão, eu fui em cima e eles bateram no meu rosto”, conta. “Cortaram o queixo do meu irmão e um deles gritou: ‘para, não é pra matar: é apenas para dar um susto para eles aprenderem, para saber com quem estão mexendo, com peixe grande.’”
Também na terça-feira, os perfis de redes socias da Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus faz “trabalhos espirituais”, publicaram um vídeo em que Dalva desmente ter sido abusada pelo pai. “Essa pessoinha que está aqui do lado nunca, nunca, me abusou sexualmente”, diz no vídeo, no qual atribui as denúncias ao pai de seus filhos. Nas imagens, ela diz que a “verdade chega, vai vir à tona.”
Estado procurou o advogado de Dalva, Marcos Eduardo Bocchini, mas não obteve retorno. A ativista Sabrina Bittencourt, do movimento Combate ao Abuso no Meio Espiritual (COAME), diz que está prestando apoio à Dalva e ao advogado, que estariam sofrendo ameaças.
Segundo Sabrina, Dalva foi obrigada a gravar o vídeo em que defende o pai, que teria sido filmado em 2017, ano em que os netos processavam o médium pelas supostas agressões e abusos. Em 2018, por sua vez, a mulher teria aberto uma nova ação pedindo indenizando de R$ 50 milhões, a qual tramitaria em segredo de justiça.
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POR:JS 

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