Alunos de uma escola de Ceará-Mirim, na Grande Natal, estão há nove anos estudando em uma casa improvisada, enquanto o prédio, que foi fechado para reforma, não tem obra iniciada. A Escola Municipal Augusto Xavier de Góis fica na Praia de Muriú e atende quase 500 crianças e adolescentes.
Na sala de aula improvisada, apenas uma das três lâmpadas funciona. Um armário separa os alunos do terceiro ano do ensino fundamental da cozinha, onde os freezeres estão enferrujados e as panelas usadas para fazer a merenda são guardadas ao lado do banheiro dos funcionários.
Mofo está espalhado por todo o espaço da escola, além de fiação exposta e ventiladores empoeirados. O quarto onde deveria funcionar a biblioteca é usado como depósito para materiais e alimento. "Nós fazemos o esforço, o possível e o impossível para colocar os filhos em uma escola, para chegar aqui e ver essas condições", diz Aldemir Gomes, pai de dois alunos.
O prédio original fica em uma das principais avenidas de Muriú, e está abandonado. Eleine Coelho, professora da Augusto Xavier de Góis, diz que a situação é desanimadora. "Como profissional, a gente luta todo dia para fazer o melhor por eles, mas reconhecimento e estrutura a gente não tem".
A Secretaria de Educação de Ceará-Mirim diz que existe um projeto de reforma e ampliação da escola e que a prefeitura vai organizar a documentação para fazer uma licitação em 2019, de acordo com o orçamento do município.