Os quatro policiais militares que participaram da troca de tiros com os bandidos que sequestraram o filho do ex-prefeito de Lajes foram afastados de suas funções. Por determinação do comando geral da corporação, enquanto durar o processo administrativo devem ficar fora das ruas o sargento, o cabo e os dois soldados que estavam na viatura que interceptou os criminosos.
Durante o confronto, que ocorreu na tarde da quarta-feira (15) na Zona Norte de Natal, morreu um dos assaltantes, um adolescente de 17 anos, e também o refém, o estudante Luiz Benes Leocádio Júnior, de 16 anos. Um segundo adolescente, que também tem 16 anos, foi apreendido. Com os dois ladrões foram apreendidos dois revólveres.
O processo militar tem o objetivo de avaliar todo o procedimento adotado pela equipe, principalmente identificar de onde partiram os tiros quem vitimaram o refém e responsabilizar, administrativamente, os envolvidos na ação. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar, essa apuração deve ser concluída em até 40 dias.
Paralelamente ao processo administrativo, corre a investigação criminal feita pela Polícia Civil, que está sendo conduzida pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
As armas que os PMs portavam na ação – quatro pistolas, uma espingarda, uma submetralhadora e um fuzil – foram recolhidas logo após o confronto e devem ser encaminhadas ainda nesta sexta-feira (17) para exames balísticos no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
Identificação
Mateus Régis, de 17 anos, foi um dos indiciados pelo latrocínio da PM de Santa Catarina Caroline Pletsch e por latrocínio tentado do marido dela, que também é PM (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
O assaltante morto foi identificado como Mateus da Silva Régis, de 17 anos. Segundo a Polícia Civil, ele é um dos cinco indiciados pelo latrocínio (roubo seguido de morte) da soldado catarinense Caroline Pletsch, em 26 de março deste ano, também na Zona Norte de Natal. Na ocasião, o marido da policial, que também é PM, ficou ferido.
Mateus foi apreendido poucos dias depois do assalto que vitimou a PM. Porém, como não havia flagrante, acabou sendo posto em liberdade por determinação da Justiça. Em junho, a 3ª Vara da Infância e Juventude de Natal mandou apreender o adolescente para que ele cumprisse medida socioeducativa em regime fechado. Contudo, até ser morto na troca de tiros com a PM, Mateus ainda era procurado pela Polícia Civil.