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terça-feira, 22 de março de 2016

URGENTE; OPERAÇÃO LAVA-JATO VAI INVESTIGAR OBRAS DO ESTÁDIO DO CORINTHIANS.

A 26ª fase da Lava Jato, denominada Operação Xepa,
investiga propinas pagas em dinheiro pela Odebrecht
dentro do Brasil e que envolve várias obras, que vão da
Arena Corinthians à Petrobras. Os investigadores
disseram ainda que não têm dúvida que o presidente da
empreiteira, Marcelo Odebrecht, que está preso,
participou ativamente do esquema de pagamento de
propinas.
Em entrevista coletiva, não foi dito, porém, quem
recebeu a propina e o valor total envolvido.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a partir do material
apreendido na 23ª fase - Operação Acarajé -, que
prendeu o marqueteiro do PT João Santana, foram
descobertas planilhas de controle dos pagamentos de
propina da Odebrecht. A empreiteira pagou pelo menos
US$ 3 milhões em conta secreta do marqueteiro na
Suíça.
Durante a entrevista coletiva, os promotores detalharam
algumas das planilhas com os codinomes, valores,
assim como os locais onde as propinas eram entregues.
Foi dito que havia uma "contabilidade paralela". Há
executivos que estavam envolvidos em obras como o
aeroporto de Goiânia e ao Trensurb (RS).
"Nós temos diversas diretorias [da empresa] envolvidas,
não apenas a Petrobras. Óleo e gás, ambiental,
infraestrutura, estádio de futebol, canal do sertão e
diversas outras obras e áreas da Odebrecht que estão
sendo investigadas hoje pelo pagamento de propina. Na
medida do possível, o juiz Sergio Moro baixará o sigilo,
os fatos ficarão mais claros", disse o procurador do
Ministério Público Federal, Carlos Fernando Santos de
Lima.
Em seguida, Lima completou e disse que se trata da
Arena Corinthians, estádio construído pela empreiteira e
que foi usado para a Copa do Mundo de 2014.
"Em relação aos estádios da Copa, temos indicativos de
outras fases, inclusive de delações que estão em
andamento, a produção dos procedimentos. Nesta fase,
foram identificados pagamentos a uma diretoria [da
Odebrecht] que cuida especificamente da Arena
Corinthians", afirmou. "Mas não temos clareza de toda a
movimentação."
Danilo Verpa/Folhapress
André Negão (camisa azul) é levado para depor por
policiais federais em SP
Uma das pessoas que tiveram que ir à Polícia Federal
depor (coercitivo) foi André Luiz de Oliveira, conhecido
como André Negão, primeiro vice-presidente do
Corinthians desde 2015
. Negão já trabalhou com jogo do bicho e prometeu, ano
passado, a ser o primeiro presidente negro do clube.
Segundo o Ministério Público Federal, ele teria recebido
R$ 500 mil em propina. Segundo a acusação, Negão teria
o codinome de "Timão".
Segundo o delegado Igor Romário de Paula, "foram
identificados pagamentos feitos por uma diretoria (da
Odebrecht) que cuida especificamente da Arena
Corinthians". O delegado não citou diretamente o clube,
mas apontou indícios de pagamento e recebimento de
propina entre executivos da empreiteira que atuavam na
obra. A condução coercitiva nesta terça-feira de André
Negão tentará apurar se o esquema alcançou o clube de
alguma forma, ainda conforme o delegado.
O deputado federal e ex-presidente do clube Andrés
Sanchez afirmou, nessa terça, ao UOL Esporte : "somos
vítimas"
. Há um mês, o ex-dirigente disse que via o Corinthians
como alvo da Lava Jato
. "Estão querendo incluir de qualquer jeito, por causa de
minha amizade com o Lula. E eu quero que ponham.
Quero que o estádio vá para Lava Jato. Investiguem. Me
chamem e vou falar tudo", afirmou.
Em nota oficial, o Corinthians anunciou estar apurando
internamente o caso, e promete colaborar com as
investigações.
Junior Lago/UOL
Participação de Marcelo Odebrecht
A procuradora da República Laura Tessler afirmou que as
descobertas mostraram uma "estrutura profissional de
pagamento de propinas na Odebrecht".
Segundo ela, a participação de Marcelo Odebrecht, que
está preso desde junho do ano passado, é clara.
"Há referências das iniciais de Marcelo Odebrecht, tanto
de MPO quando de DP, diretor presidente. (...) além da
referência existentes nessas tabelas, as anotações
constantes de celulares também se compatibilizam com
o que consta dessas tabelas."
Segundo o Ministério Público Federal, os "pagamentos
ilícitos" teriam ocorrido até pelo menos o segundo
semestre de 2015, mesmo após a prisão do presidente
da empreiteira
. São investigados, de acordo com a Procuradoria,
possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e
lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobras,
cometidos por empresários, profissionais e lavadores de
dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.
Um dos detidos nessa terça foi o executivo Humberto
Mascarenhas, chefe do setor de operações da Odebrecht.
Em uma das contas apuradas descobriu-se que R$ 66
milhões foram distribuídos entre 25 a 30 pessoas.
Antônio More/Gazeta do Povo/Estadão Conteúdo
O ex-presidente da maior empreiteira do país Marcelo
Odebrecht foi preso e condenado por corrupção, lavagem
de dinheiro e associação criminosa
"Departamento de propina"
Na entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, em
Curitiba, agentes da Polícia Federal, deram detalhes a
respeito do esquema interno de pagamento de propinas
na Odebrecht. Segundo a PF, os resultados apresentados
foram obtidos com base no cruzamento de dados
coletados anteriormente, na 23ª fase da Operação Lava
Jato, com os dados mais recentes, coletados na 26ª
fase.
Segundo a delegada Renata da Silva Rodrigues, o
material apreendido na 23ª fase era "suficiente para
mostrar a existência de um setor chamado Setor de
Operações Estruturadas". Tal departamento da
empreiteira contava com uma contabilidade própria, que
ganhou indícios mais fortes com o material apreendido
na 26ª fase.
A fase mais recente apresentou planilhas de pagamentos
de propinas em dinheiro a beneficiários identificados
apenas por codinomes – alguns deles já decifrados pela
PF. As planilhas apresentavam datas, valores e
beneficiários. Os dados foram cruzados com os dados
obtidos antes, como registros de hotéis, números de
telefones e contratos de locação de flats, que batiam
com as datas e os executivos citados nas planilhas de
pagamento da Odebrecht.
O esquema se estendeu, ainda segundo a PF, pelo
menos até o final de 2015. Diante da prisão de Marcelo
Odebrecht em junho, a empreiteira mandou para o
exterior executivos e secretárias envolvidas no esquema,
de forma a atrapalhar as investigações e continuar com
as operações.
'Estrutura secreta'
A Xepa, com 110 mandados judiciais, foi realizada nessa
terça-feira em 8 Estados (São Paulo, Rio de Janeiro,
Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí,
Pernambuco e Minas Gerais) e mais Brasília, onde a
polícia foi até um hotel onde moram políticos e fica
perto da Esplanada.
A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga uma
"estrutura secreta" do Grupo Odebrecht usada para
"pagamentos ilícitos".
"Além disso, para viabilizar a comunicação secreta entre
executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros
responsáveis por movimentar os recursos espúrios,
utilizava-se outro programa, em que todos se
comunicavam por meio de codinomes. A partir da
análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se
que pelo menos 14 executivos de outros setores do
Grupo Odebrecht, que demandavam "pagamentos
paralelos", encaminhavam aos funcionários as diversas
solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a
contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios
ficassem centralizados nesta estrutura específica",
afirmou a força-tarefa.
Segundo os procuradores, o ex-presidente da Odebrecht
Marcelo Odebrecht tinha conhecimento e dava anuência
para os pagamentos ilícitos.
"A partir das planilhas obtidas e das anotações contidas
no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais
evidências contundentes de que este, então presidente
da Organização Odebrecht, não apenas tinha
conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas
também comandava diretamente o pagamento de
algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as
vantagens indevidas repassadas aos publicitários e
também investigados Monica Moura e João Santana",
apontou a nota.
Outro lado
Por meio de nota, a Odebrecht "confirma que a Polícia
Federal cumpriu hoje mandados de prisão, condução
coercitiva e busca e apreensão em escritórios e
residências de integrantes em algumas cidades no
Brasil".
"A empresa tem prestado todo o auxílio nas
investigações em curso, colaborando com os
esclarecimentos necessários", completa.
Por:JSBLOGUEIRO & NINO NOGUEIRA.